Com doses iguais de perspicácia e maldade, o chef de cuisine e romancista faz o impensável: conta todos os segredos dos restaurantes, dos mais sórdidos aos mais divertidos, junto com as falcatruas e safadezas do negócio. Como contraponto, doses generosas de escândalo autobiográfico, em meio a drogas variadas e uma animada atividade sexual.
Uma blitz impiedosa nos restaurantes: eis como se pode resumir Cozinha confidencial. Chef de um dos bistrôs mais badalados de Manhattan, o Les Halles, Anthony Bourdain, que é também romancista, fez o impensável neste livro: com doses iguais de perspicácia, maldade e humor, contou todos os segredos da profissão, dos mais sórdidos aos mais divertidos, junto com as falcatruas e safadezas do negócio. Mas não só isso: dono de um interessantíssimo trajeto pessoal, é com prazer indisfarçável que ele aproveita para fazer também um pouco de escândalo autobiográfico.
Como escreve Nina Horta na orelha, "em meio a nuvens de fumaça de maconha, quantidades importantes de cocaína, outras várias drogas e uma animada atividade sexual, Bourdain mistura lembranças e comentários, com direito a mafiosos e Frank Sinatra, muito derramamento de sangue, bebedeiras gigantescas, pitadas de suspense e uma alegria atordoante no ar".
Enquanto expõe as entranhas dos restaurantes - de lavagem de dinheiro ao uso "criativo" de ingredientes com data de vencimento no limite -, Bourdain vai dando conselhos úteis. Restaurante com banheiro sujo, por exemplo, deve ser riscado sumariamente da lista. Banheiro é facílimo de lavar, ele lembra. Se estiver sujo, imagine a cozinha...